Como nós nos locomovemos
Estudos demonstraram que 30,9% dos deslocamentos no país são feitos de carro, 28,9% por transporte público e 40,2% por outros meios de transporte não motorizados (bicicleta e a pé). Você se surpreendeu? Pois é, a maioria das pessoas está caminhando ou pedalando. Mas por incrível que pareça os maiores investimentos do país estão sendo feitos em mobilidade para carros.
Quem diz isso é a ANTP
Dados da Agência Nacional de Transportes Públicos (ANTP) mostraram que em 2011 o orçamento do país aplicado aos transportes públicos somou R$ 900 milhões, enquanto os investimentos em mobilidade para os carros foram de R$ 12,6 bilhões. Isso mostrou que se investe-se dez vezes mais dinheiro público em infraestrutura para os carros, que transportam a minoria das pessoas do que com outros tipos de transportes como ferrovias, hidrovias, ciclovias, etc. Na verdade os gastos com ciclovias e vias para pedestres sequer foram mencionados no relatório, de tão insignificantes.
Investindo para travar o trânsito
Como se pode perceber, o investimento em ruas e avenidas para carros faz com que as pessoas sejam obrigadas a comprar mais veículos motorizados, uma vez que as cidades não possuem estrutura para se andar de bicicleta com segurança. E isso acaba gerando mais veículos e mais trânsito, ao invés que facilitar os deslocamentos.
Ou seja, quanto mais se investe na construção de ruas, mais se precisa investir todos os anos para que o trânsito não fique travado.
E quando se gasta com os acidentes nessas modalidades de transporte?
O investimento em transporte carros aumenta a poluição e os acidentes, e isso custa indiretamente também dinheiro. São as chamadas externalidades. A ANTP estimou que a poluição e os acidentes gerados pelas viagens de carro custam, por ano, R$ 17,2 bilhões, enquanto que as viagens feitas com transporte público saem por R$ 4 bilhões. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) acrescentou outras variáveis à conta, como o combustível queimado enquanto os veículos estão parados, tempo ocioso perdido no congestionamento etc, e concluiu que o trânsito representa um prejuízo de R$ 40 bilhões por ano ao Brasil.
É hora de mudar de rumo
Desses estudos podemos concluir que a má gestão dos transportes acaba sendo um problema não só de mobilidade, mas também econômico e de saúde pública. Chegou a hora de mudarmos o rumo das coisas e começarmos a investir mais na mobilidade não poluente.
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