O primeiro passo é ter uma visão sistema da mobilidade
Um dos maiores problemas das cidades é que os administradores públicos pensam nas mobilidade de forma isolada. Mas para que tenhamos racionalidade, é preciso ter uma visão sistêmica dos transportes. A mobilidade precisa ser pensada de modo a oferecer uma rede integrada de opções para atender às diferentes demandas das pessoas. Mas no Brasil, e na maioria dos países em desenvolvimento os órgãos que regulam a mobilidade não se articulam. Os nossos administradores de transportes como metrô, trem, sistema de ônibus e vias para carros não conseguem se planejar em conjunto porque são geridos de maneira separada.
O exemplo de Londres
O Transport for London (TFL), departamento da prefeitura que coordena o planejamento de infraestrutura e logística da cidade adotou uma filosofia de trabalho totalmente integrada. Naquele cidade todos os tipos de deslocamentos – a pé, de bicicleta, de transporte público e de carro – são pensados pela mesma equipe, que trabalha com uma única proposta: garantir o bem estar das pessoas. Assim, as infraestruturas para cada tipo de mobilidade são pensadas de maneira integrada para que, carros, ônibus, ciclistas e pedestres não tenham que brigar por espaço, em vez de compartilhá-lo.
Encurtando as distâncias na cidade
Outra situação interessante a se pensar é que hoje em dia está ocorrendo uma grande concentração de empregos no centro das cidades e de residências nas periferias. Então as pessoas são forçadas a percorrerem grandes distâncias de casa até o trabalho e vice-versa. Então a atualização de Planos Diretores para estimular a descentralização das empresas para as periferias, também ajuda a reduzir a demanda de mobilidade, permitindo que as pessoas morem perto do seu trabalho. Isso gera economia para as pessoas, ajuda a reduzir a poluição e os acidentes durante os deslocamentos.
O Exemplo de Copenhague
Nas cidade brasileiras mobilidade urbana e habitação normalmente são secretarias com gestões separadas, o que dificulta o planejamento de integrado entre elas. A cidade de Copenhague achou uma boa solução, criando o Departamento de Vida Urbana, uma órgão que faz o planejamento integrado entre mobilidade e habitação. Qualquer projeto para a cidade, da construção de um conjunto de apartamentos a uma ciclovia, passa por esse departamento, que tem o poder de aprová-lo ou propor mudanças. A filosofia desse órgão é: qualquer novidade precisa deixar um legado positivo na cidade, melhorando a relação das pessoas com seus espaços públicos
O somatório de tudo é a melhor solução
A prefeitura precisa trabalhar para atender às necessidades das pessoas de forma global. Não existe setor mais importante e setor menos importante. O importante é atender à todo mundo. Então, trabalhar de forma sistêmica sempre trará as melhores soluções.
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